I feel old... but not very wise...
(Carey Mulligan as Jenny Mellor)
Mais uma adaptação de um livro de Nick Horsby, autor inglês conhecido por obras (agora mediáticas) como About a Boy e High Fidelity - ambas adaptadas para o cinema (High Fidelity mereceu inclusive um comentário neste blog).
An Education (2009), filme realizado pela dinamarquesa Lone Scherfig, decorre em Londres no ano 1961 e conta a história de Jenny Mellor (Carey Mulligan), uma jovem inglesa, filha de um pai bastante rígido (Alfred Molina) e uma mãe (Cara Seymour) que, embora pouco participativa, procura ser o ponto de equilíbrio. O estilo de educação tutelada pela personagem de Molina é assente em valores e costumes tradicionais, com esperança que tal educação se traduza no sucesso académico/profissional. Ao longo do filme apercebemos-nos que a implementação de medidas não se deve a uma questão de "herança familiar", mas como protecção de um investimento, ou seja, as suas decisões são acima de tudo influenciadas não pelo seu critério pessoal, mas antes por um critério no qual acredita que apresentará melhores resultados. Jenny, apesar de ser boa aluna, de gozar de um estatuto favorável junto dos professores e de ter as suas amigas, encontra-se oprimida e sufocada durante maior parte do tempo. Uso com cuidado a afirmação "maior parte do tempo" porque existem alturas do dia onde a sua mente e alma viajam através da literatura e música para os mais ínfimos locais, principalmente para França, país que lhe fascina imensamente (inúmeras referencias ao longo de todo o filme denunciam isso). Um dia, após as suas aulas de violoncelo (hobby pelo qual nutre grande amor, mas o seu tempo de prática é altamente condicionado pelo Pai que não vê música como uma prioridade) conhece David Goldman (Peter Sarsgaard), um playboy de charme e elegância que rapidamente cativa a jovem Jenny.
Formado na "escola da vida" (ou seja, sem o tipo de educação a que Jenny tem acesso) David é, apesar de tudo, um homem culto que traz encanto e sabedoria à vida da nossa protagonista. Mas não só! Pouco a pouco começa a proporcionar-lhe os sonhos e experiências que tanto ansiava. Uma vida de glamour, recheada de música (jazz e clássica são os géneros predominantes) , festas, viagens, pessoas e ambientes com toques de burlesco. Por entre estas suas andanças, Jenny deixa-se corromper. Apresenta um declínio acentuado na sua prestação na escola, perde interesse nas pessoas da sua idade, pactua em mentiras e esquemas para levar a vida que quer, entrando mais tarde em conflitos com o seu pai (memorável - para mim - a cena em que Molina fala através da porta com Carey Mulligan). Descobertas serão feitas, lições de vida aprendidas, transformações ocorrerão... enfim...
Quero salientar a prestação de todo o elenco, desde a super-talentosa Mulligan, Sarsgaard até a Dominic Cooper, Emma Thompson e Sally Hawkins (que tem muito pouco "tempo de antena").
Os diálogos são muitos bons e tudo aponta para que a adaptação do livro tenha sido bem efectuada.
Os cenários e guarda-roupa foram algumas das coisas que me agradaram bastante nesta longa-metragem, bem como a banda-sonora (onde predominam temas de Serge Gainsbourg, Mel Tormé, Ray Charles, e outros associados ao jazz e música francesa).
As suas nomeações para a cerimónia dos Oscars (entre outros) justificam-se, estando eu inteiramente convencido que foi um dos melhores de 2009!
Recomendo!
Recomendo!
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