Sunday, November 13, 2011

Demora

This is again one of those times in which most of the post will be written in Portuguese. This time for two different reasons:

1º Since the short movie is spoken in Portuguese, I doubt that foreigners who read the blog will have any interest on this.

2º Because I want to write this post like I was sending it as a message to a very close friend of mine, who plays a part in this project. So basically, by writing in our language, makes it seem more personal.
  
Durante muitos anos tenho acompanhado a carreira do Luís Filipe D'Almeida, nome que assumiu como seu cartão de visita, mas que apesar de tudo, permanece eternamente conhecido entre os amigos (especialmente os mais chegados) por Eusébio.

Por entre todos os projectos em que esteve envolvido, fosse teatro ou televisão, procurei sempre ser o mais critico possível, fazendo referência ao positivo mas em algumas alturas dando maior ênfase ao negativo porque é isso que o Luís muitas vezes quer ouvir! Sendo a boa pessoa que é e exigente consigo mesmo, apesar de dar imenso valor aos elogios, sempre procurou ouvir e analisar os aspectos que as pessoas insistem que tem que trabalhar mais. 
Muitas foram as coisas boas que apanhei e em tantas outras ocasiões, as coisas más... embora diga muito sinceramente, que era frequente o ver envolvido em projectos de baixo calibre, mas onde ele era sempre o elemento de destaque a meu ver! Certo que a minha opinião pode ser suspeita, com muitos acusando-me de  não ser totalmente imparcial dada a minha proximidade com ele... mas quem me conhece sabe que sou por vezes implacavelmente duro, particularmente com aqueles que gosto... pois mais que ninguém merecem a verdade, ou no mínimo, a minha opinião sincera!

Seja como for... estando eu a falar dos seus inúmeros projectos (bons e maus), posso afirmar aqui que este foi sem dúvida aquele que mais me agradou em bastante tempo! Tendo em conta que esta curta-metragem foi feita em apenas 48 horas (para um festival/concurso que exigia - naturalmente - os filmes em dois dias) o resultado final é facilmente condecorado com mérito pela forma como foi filmado (esteticamente está fabuloso com destaque para os contrastes de luz e grande parte das cenas na estação de comboios) e com um argumento sólido, que por muito usado e gasto que seja, em poucas palavras procura contribuir com uma mensagem de alguma subsistência. 

No entanto, na minha humilde opinião, a prestação do nosso menino Luís Eusébio é claramente um elemento acima de tudo o resto. Obviamente, tenho plena consciência que grande parte do seu sucesso não seria possível sem intervenção das actrizes com quem partilha a tela e todos os  outros elementos cinematográficos (onde incluo igualmente a banda-sonora que acompanha a cena final, capaz de dar maior emotividade à poderosa frase proferida nos instantes finais), mas dou-lhe bastante mérito sabendo sem qualquer tipo de dúvidas, que mesmo no pouco tempo presencial à frente da câmara, foi capaz de dar um contributo de grande magnitude. A forma como eu reagi perto do fim é claro sinal do quão bom foi o nível de expressão... fosse no tom e colocação que emprega nos seus diálogos ou na linguagem gestual/facial, tão genuinamente sentida que torna fácil ao espectador de testemunhar todo o desenlace com interesse.

Ciente estou que que toda esta conversa provavelmente vos está a cansar e que eventualmente possa estar a colocar as expectativas bastante altas... aumentando assim o risco de desiludir os corajosos que se deram ao trabalho de ler este "testamento". Se me disserem que isto não é uma obra-prima, não vou certamente discutir isso (sabendo que "têm razão")... mas só pelo simples facto que mexeu tanto comigo (principalmente aquele momento que considero ser o clímax desta curta de quase quatro minutos), merece inquestionavelmente uma menção honrosa! Tal menção ainda tem maior razão de ser ao ter um amigo como o Luís envolvido e responsável pelo meu desequilibro emocional de 10 segundos, provocado com excelência e qualidade artística... porque sim: Está representado de forma eximia!
- "Que fiques com noção Luís... do quão bonito eu achei este momento que me proporcionaste meu amigo!"

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