Aviso: post enorme...
"This is a story of boy meets girl. The boy, Tom Hanson of Margate, New Jersey, grew up believing that he'd never truly be happy until the day hemet "the one." This belief stemmed from early exposure to sad British pop music and a total misreading of the movie 'The Graduate'. The girl, Summer Finn of Chennicok, Michigan, did not share this belief. Since the disintegration of her parents' marriage, she'd only loved two things; The first was her long, dark hair. The second was how easily she could cut it off, and feel nothing. Tom meets Summer on January eighth. He knows, almost immediately, she is who he's been searching for. This is a story of boy meets girl, but you should know upfront... This is not a love story."
Depois de uma mensagem muito engraçada do realizador para a audiência, assim começa o filme com o texto acima descrito lido pelo narrador, com um genérico fantástico acompanhado por uma malha de Regina Spektor intitulada Us. Um começo fortíssimo. Assim já eu previa. Não tinha sequer visto o filme, e já escrevera sobre ele, recomendado até e tinha certezas de que se iria tornar instantaneamente um dos meus favoritos. Por várias razões:
1º porque o filme conta com dois actores de que gosto bastante e que já tinha visto trabalharem juntos num outro filme independente chamado
Manic (2001) - logo,
casting aprovadíssimo!
2º porque um desses actores, é o Joseph Gordon-Levitt, um dos meus favoritos! Conhecido para a maioria dos portugueses pelo seu papel na série televisiva
Third Rock from The Sun (1996 - 2001) ou
10 Things I Hate About You (1999) Gordon-Levitt tornou-se sem dúvida um dos melhores da sua geração. Muito deveu-se à sua escolha de consciência em apenas dedicar-se a filmes de grande qualidade. Assim o fez! Com participações em vários filmes independentes aclamados pela critica como
Manic (2001),
Mysterious Skin (2004),
Brick (2005),
The Lookout (2007), destacou-se sempre pelas suas maravilhosas interpretações e rapidamente ganhou estatuto de estrela pelo seu carisma, sua qualidade e bom gosto.
3º Porque o trailer dá grande indícios de qualidade, e embora já tenha mencionado antes que nunca devemos avaliar um filme pelo trailer, acho que não faz mal nenhum criar alguma expectativa por vezes, principalmente quando existem mil factores que jogam a seu favor.
4º A critica foi inacreditável! Muito bem recebido no
Sundance Festival 09, bem como outros festivais. No
IMDb têm uma pontuação fantástica de 8.1 (ocupando um lugar nos melhores 250 de sempre)
Obstante dos factos mencionados, durante o decorrer do filme foi dada a "prova comprovada" (para citar o meu amigo João Só) de que estava perante uma longa-metragem toda ela original e bem concebida. Trabalho que marca a estreia do realizador Marc Webb,
(500) Days of Summer (2009) conta a história de Tom Hansen (desempenhado pelo Joseph Gordon-Levitt) que se apaixona por uma rapariga chamada Summer (Zooey Deschanel em muito bom plano). A linha narrativa do filme não é linear, pois andamos aos saltos de periodos iniciais a periodos mais avançados da relação entre ambas as personagens principais, relação essa que parece ter alguns problemas, infelizmente para Tom que é descrito como um eterno apaixonado. Recheado de momentos humorísticos, fortes interpretações, uma realização que puxa por um argumento bem escrito e fresco com diálogos interessantes, tornam
(500) Days of Summer uma referencia cinematográfica contemporânea que certamente perdurará pelo tempo fora.
Ah! Outra coisa que adorei! As referências de cultura popular e musical, que são mais que muitas... Knight Rider, Belle and Sebastian, The Smiths, a discussão sobre qual o "melhor" Beatle...
Quando acabei de ver o filme, fiz todo o tipo de pesquisa para angariar informação, material, curiosidades, etc. e dei conta de mil coisas que gostaria de por aqui no blog e que provavelmente o farei mas em post's diferentes. Curtas-metragens, videoclips, wallpapers, alinhamento da banda-sonora, artistas que esta me deu a conhecer... enfim.
Aqueles que me conhecem e que lêem o blog facilmente conseguem deduzir que as minhas duas grandes paixões (além do Benfica) são o cinema e a música. E quando existe uma perfeita combinação de ambas é simplesmente o
Céu para mim. Este filme proporcionou-me isso mesmo. A banda-sonora, a meu ver, consegue estar ao mesmo nível do alinhamento escolhido por Zach Braff para o filme
Garden State (2004), tido em conta como das melhores
soundtracks já feitas para um filme. É impressionante o bom gosto presente nesta compilação que mistura géneros e gerações musicais, o conhecido e o desconhecido! Temos por exemplo Regina Spektor e Temper Trap (que não conhecia e hoje sou fã), passando pelos The Smiths, Feist, Simon & Garfunkel e até um tema francês cantado por Carla Bruni (ponho as mãos no fogo que foi por influência de Gordon-Levitt que é grande aficionado da cultura francesa, até porque foi uma especialidade que estudou durante a sua pausa da vida de actor).
Tenho pena ter adiado tanto este filme para o ver. Já o tinha em minha posse à uns meses e inclusive tive a oportunidade de o ver numa "sala de cinema" no Estoril Film Festival 09 no Centro de Congressos do Estoril, mas acabei por priorizar filmes mais antigos que tinha. Além disso permanecia a dúvida: até que ponto não seria melhor ver sozinho? Ás vezes preciso desses momentos para mergulhar no filme sem correr o risco de ter a minha atenção desviada. Não sei como teria sido, mas por ter visto o filme ontem fico com aquela sensação que descobri a pólvora... tarde de mais...