Ontem, dia 8 de Janeiro 2010, fez 7 anos desde que o meu querido avô faleceu vitima de um acidente de viação. Foi um dia especialmente triste para Portugal que viu partir uma das suas figuras mais emblemáticas. Um verdadeiro artista que se entregou de corpo e alma ao teatro/cinema/televisão bem como a pintura e que imortalizou várias das suas obras para um estatuto de culto. O "Fado do Cacilheiro" é um dos exemplos disso. Fazem falta figuras assim. Carismáticas, talentosas com uma qualidade única para saber por um sorriso na cara dos Portugueses. Tenho pena de no auge da sua carreira ser demasiado criança para me lembrar ao certo da maioria do seu trabalho. Recordo-me com mais afinidade as várias telas espalhadas pela sua casa e de ficar a olhar para elas com imensa alegria e admiração. Tenho saudades... saudades de correr pela casa, entrar pelos quartos a dentro e ver o meu avô de frente para a tela e com pincel na mão. Saudades de ver a família reunida na sala tudo na "palhaçada". Até algumas das discussões recordo com nostalgia. Faz-me imensa confusão. Os estragos que a sua morte teve na nossa vida foram evidentes. Durante anos algumas pessoas não foram mais as mesmas. Como se o "arlequim" dentro de nós tivesse morrido um pouco. Não morreu, é certo. Mas demorou muito tempo até se conseguir levantar. Procuramos refugio onde conseguimos. Lembro-me perfeitamente quando recebi a noticia e o dia seguinte. O velório e o funeral que foram dois dos momentos mais tristes em toda a minha vida. Mas também dos mais "alegres" porque vi a concentração de pessoas que se gerou e da força que fizeram questão de passar para todos os presentes. Foi quase como um "trabalho de equipa" no seu pico máximo. Vieram pessoas de todo o lado. Familiares, amigos chegados, conhecidos, pessoas do meio artístico ora chegadas, ora apenas familiarizadas com o seu trabalho, que embora não conhecessem o meu avô, tinham um tremendo respeito pela sua vida e obras. Marcaram presenca tambem inumeros portugueses "anónimos", palavra que hesitei usar por nao querer correr o risco de denegrir aqueles que se prestaram marcar presenca. Foi uma sentida homenagem a um homem que tanto lutou, dentro das suas tristezas e desilusões pessoais, para animar o País em tempos escuros e privados de liberdade.
Admiro-o muito! Muito Mesmo!
Olho para o meu retrato no quarto todos os dias e sinto um tremendo respeito... saudade... e pena de não puder ter uma maior influência sua durante estes meus anos de formação como homem. Porém, tenho também um orgulho enorme em carregar o seu nome, José Viana, no meu. E isso lembra-me todos os dias da minha responsabilidade não só para o meu avô, mas para a minha família.
Espero que tenha forma de ler o meu blog para que veja isto...
Um beijinho,
Duarte José Viana de Mendonça
Livro Biográfico (escrito por L. António) Vinil - O Pastor da Serra Meu Retrato
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